Pax Christ!
Perante
esta exortação, é válido ressaltar que todo Bispo goza do múnus episcopal, que é
o serviço à Verdade, pois é direito do povo de Deus de receber o Evangelho em
integralidade. O múnus, referente ao Ministério Episcopal, se dá em 3 vias: Ensinar,
dar a conhecer o Evangelho, levando o Cristo que é a plenitude da Verdade e
pelo modo que se dá a completude da dignidade humana; Santificar, oferecendo um
só sacrifício com os padres e, unidos pelo trabalho e oração de modo assíduo
agir de modo exemplar, para santificação do povo santo e pecador; e Governar, pois
com seu poder sagrado se dirigem as Igrejas particulares como vigários e legados
vivos do Cristo, seguindo exemplo do Bom Pastor.
Os Bispos na Colegialidade Episcopal gozam na partilha da Infalibilidade Papal, isto é, como doutores da fé apostólica, os Epíscopos munidos na autoridade do Cristo sob a conduta do Magistério da Igreja, para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, sendo eles os Príncipes dos Apóstolos devem ser guiados pela Verdade.
1.2. Profissão de fé e vivência.
A verdade
não pode se contradizer; quando a verdade é relativizada, tudo se torna verdade
ou mentira, abrir as portas ao relativismo é trabalhar para a ruína da Fé
Católica. As afirmações contrárias à verdade iluminada pela fé são falsas e
devem, não só serem repudiadas, mas condenadas, pois aqui se dá as apostasias e
heresias, assim, nega-se por si o que é tido pela infalibilidade deixando o
direito de gozar do que prevê o Múnus, pois vai contra a fé.
A
Igreja goza de 43 dogmas; vários catecismos provindos de Papas e pastores
locais, para o ensino integro da fé ao povo de Deus; Código de Direito
Canônico; Concílios; afins. Para dar sustentação ao que cremos, pois o amor não
se dá em apenas um sentimento, ele deve se dar em atitudes concretas, não
somente de saber um conceito, mas tendo adquirido o conhecimento do que seja, a
compreensão se eleva na vivência, mantendo a coerência entre o que se professa
e nas ações. O Cristo se deu no madeiro Santa Cruz, como cordeiro imolado por
amor e, é por Ele quem temos a vida e a plenitude da dignidade.
2.1. A Verdade: Cristo, plenitude da revelação.
Cristo
é o caminho, a verdade, a vida, Ele é a Luz do mundo. A fé da Igreja é cristocêntrica,
Cristo é o centro e somente Ele; quando outras coisas ocupam seu lugar,
passa-se ao antropocentrismo, sendo uma forma errônea de interpretação porquê seguindo
este viés à fé é relativizada, caindo em relativizações e heresias.
A
caridade de Cristo que deve impelir o homem a serviço de Deus, da Igreja e de
seu povo e, nisto não fere em nada a Doutrina Social da Igreja e nem sequer há
objeção ou até mesmo empecilhos para que se faça a caridade. Mas é através do
Cristo, por Ele, N’Ele e com Ele, por meio do Espírito Santificante, fazemos a
vontade do Pai; como e a exemplo do próprio Jesus e sua entrega.
2.2. A relativização modernista: heresias e apostasias.
A
Verdade não pode ser relativizada, pois a maneira deliberada de conceber tudo
como verdade, relativiza a própria existência humana e suas concepções; não só
a fé; mas na retirada de fatores primordiais que dão a essência genuína da vida
humana. A relativização modernista, dada pelo liberalismo e neoliberalismo,
como também pelo marxismo, são condenadas e devem ser combatidas em todas as
esferas humanas. O relativismo que tomou o homem por várias correntes
filosóficas, que tenta convencer o homem e o faz a medida de todas as coisas,
nunca supriu as necessidades humanas e mal chega a tocar a Verdade, em sua
plenitude; correntes filosóficas, sociológicas, teológicas, políticas e tantas
outras atmosferas que se poderia pontuar, podem até citar Deus, porém isto não
as santifica. Porque deve haver algo que transcende a realidade física do
homem, como ele a partir disto deve reconhecer que não é a medida de todas as
coisas e nem o centro da vida humana.
3. Missão da Igreja, Cristo plenitude e salvação.
Cristo
é a plenitude da revelação, Ele é a Verdade. A missão da Igreja por primícia
não é fazer-se e nem viver de assistencialismos, mas é a salvação das almas. A
preferência pelos pobres não deve estar contida em bens matérias, como também
nas questões espirituais como diz o próprio Evangelho. A compreensão disto é
que nos deve dirigir a seguinte questão, de que ajudas referentes a um tipo de
assistencialismo social devem ser um remédio as situações precárias, mas não
são o essencial, pois o que se deve por primeiro é buscar da dignidade a vida
humana por primeiro na fé, para a salvação da alma, pois por vezes é a única
coisa que pode-se oferecer a algumas pessoas, porventura também se deve buscar
em 2° momento coisas que realmente vão edificar o ser humano em justiça e
santidade, como: casa, para que tenhas seu lar e seu lugar privado; trabalho,
para que se edifique nas virtudes, viva em dignidade; boa alimentação, para que
com os frutos de uma boa saúde, possa contribuir para edificação dos irmãos em
Cristo; família e em comunidade, para que se aprenda a conviver de modo
fraterno e a respeitar aqueles que estão a frente; e afins.
Ao
pecador, a exemplo do Cristo, termos preferência pelos pobres e pequeninos, mas
a atitude de Jesus, gerava mudança de vida, conversão; a pessoa se decidir por
não seguir Cristo, Verdade plena revelada, isto não dá o direito de condenar nenhum
indivíduo ao inferno, sempre devemos rezar e ter esperança para que Deus tenha
misericórdia, não podemos medir e nem ser medida de nada, muito menos sobre a
imensurável compaixão, daquele que é amor – a graça de Deus muda a vida,
transcende a história humana e o inflama de amor, pois a graça de Deus é como o
mar infindável, o chamado do Cristo que ressoa no coração do homem para ir para
águas mais profundas.
3.2. A Igreja e o Magistério.
Tudo que a Igreja passa por meio de suas direções e ensinamentos, são dirigidos pelos pilares da Fé, Tradição e Magistério. A salvação do povo de Deus está em Cristo, que é o centro transcendente da vida humana, Ele é a verdade em plenitude e apenas n'Ele há verdadeira redenção. Mas, o Evangelho vai além de acolher, o Evangelho exige uma resposta; uma mudança de vida; porém Deus não fere a livre arbítrio de ninguém, cada ser humano é livre em dar sua resposta, mesmo que se encontre a genuína felicidade e liberdade, apenas em Cristo. Os ensinamentos da Igreja em toda sua plenitude, têm diante seus olhos a transparência de visar sua lei suprema que é a salvação das almas; está é e deve ser sempre a lei suprema a reger a Igreja, a salvação das almas.
Sob todos, que a esta lerem, concedo-lhes minha benção apostólica.
Datum Romae apud Fraternitate sacerdotali Sancti Pii X, die XXIX mensis Martii, anno Domini MMXXIII.