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Homilia da Santa Missa em comemoração ao Trigésimo Sexto aniversário das Sagrações Episcopais de Écône - Mons. Molski, FSSPX

HOMILIA

Monsenhor Molski Wal, FSSPX


Homilia em Comemoração ao Trigésimo Sexto Aniversário das Sagrações de Écône.

Amados irmãos e irmãs em Cristo, boa tarde!

Hoje nos reunimos para comemorar o trigésimo sexto aniversário das sagrações de Êcone, um evento marcante na história da nossa fé, realizado por Dom Marcel Lefebvre. À luz das Escrituras, vamos refletir sobre o significado profundo dessa data e sua relevância para nossa vida cristã, usando as passagens de Hebreus 9.11,15 e João 19.30,35 como guia.

Na Epístola aos Hebreus, o autor nos fala de Cristo como o sumo sacerdote perfeito, que entrou no Santo dos Santos com Seu próprio sangue, obtendo uma redenção eterna para nós. “Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, e não pelo sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no Santo dos Santos, havendo obtido uma eterna redenção.” (Heb 9.11,12). Aqui, vemos a figura de Cristo como o verdadeiro mediador entre Deus e a humanidade, oferecendo-se como sacrifício perfeito e eterno.

Em João 19.30,35; testemunhamos o momento culminante do sacrifício de Cristo na cruz. Suas últimas palavras, "Está consumado", marcam o cumprimento da missão redentora. Do lado traspassado de Jesus, fluíram sangue e água, símbolos do Batismo e da Eucaristia, os sacramentos que nos unem mais profundamente a Ele. Esta cena nos lembra que, através do sacrifício de Cristo, fomos reconciliados com Deus e recebemos a graça da salvação.

À luz dessas Escrituras, refletimos sobre as sagrações de Êcone. Dom Marcel Lefebvre, em um momento de grande crise na Igreja, tomou uma decisão corajosa para preservar a Tradição e a fé católica apostólica romana. As sagrações foram um ato de fidelidade àquilo que recebemos dos Apóstolos e um testemunho de amor à Igreja.

Infelizmente, ao longo dos anos, vimos pontífices e líderes eclesiásticos que se afastaram das tradições que são o alicerce da nossa fé. O modernismo infiltrou-se em Roma, levando a práticas e ensinamentos que muitas vezes contradizem a sagrada Tradição e a verdadeira doutrina da Igreja. Isso causou confusão e escândalo entre os fiéis, que procuram a verdade e a santidade.

No entanto, também tivemos líderes que permaneceram fiéis à verdadeira fé. Pontífices como o Santo Padre Inocêncio, também como São Pio X, que combateu o modernismo com firmeza, e Bento XVI, que buscou a reconciliação e a continuidade da Tradição; este mesmo que de má forma, junto dos demais, são exemplos de pastores dedicados ao verdadeiro ensinamento da Igreja.

E hoje, louvamos a Deus pelo pontífice atual, que, apesar dos desafios e das pressões modernistas ao seu redor, busca orientar a Igreja com sabedoria e caridade. Louvemos também pelo Arcebispo de São Paulo aqui presente. Em especial pelo Santo Padre, justamente ele nos lembra da importância de permanecer firmes na fé e na Tradição, enquanto promove um diálogo respeitoso e construtivo dentro da Igreja.

No entanto, devemos permanecer vigilantes. Os modernistas continuam a cercar os bem-intencionados, buscando distorcer a verdade e enfraquecer a fé. É nosso dever, como membros do Corpo de Cristo, defender a Tradição, ensinar a verdadeira doutrina e viver de acordo com os mandamentos de Deus.

Que as sagrações de Écône nos inspirem a uma renovada fidelidade à nossa fé. Que possamos, como Cristo, oferecer nossas vidas em sacrifício santo e agradável a Deus, buscando sempre a verdade e a santidade. E que a intercessão de Nossa Senhora, dos santos e mártires nos fortaleça nessa jornada. Que possamos sempre recorrer ao amparo dos braços da Santíssima Virgem de Fátima.

Amém.


Ass: Monsenhor Moslki Wal, FSSPX.